Tempo de Israel se juntar ao mundo.

Israelenses em particular, e os judeus em geral gostam de reclamar sobre o quanto o mundo nos odeia, como se o ódio dos outros garantisse a legitimidade de Israel.

É hora de seguir em frente, arrancando o sentimento de vítima do moderno estado judaico, que agora se aproxima dos 65 anos, e viver nossas vidas sem ter que constantemente nos justificar aos outros, procurando sua aprovação.

É tempo de viver pelas nossas atitudes e resultados e, enterrar a "hasbara" - palavra hebraica para explicar as justificativas, os posiocionamentos do país. Não há tradução precisa em qualquer outra língua conhecida, e com razão.

É hora de parar de choramingar, queixando-se de cada  viés da mídia, por trás de cada frase ou título. É hora de parar com reações instantâneas a reclamacao de blogueiros, a todo insulto atirado na direção de Israel. Você quer me chamar de um estado de apartheid? Vá em frente!

Dito isto, é hora de Israel se tornar parte da família das nações, tornando-se parte do mecanismo de ajuda humanitária da ONU, em vez de se esconder atrás da legítima, porem irrelevante queixa que a maioria dos membros da ONU nos odeia.

Em vez de desperdiçarmos discursos e lamentos em vão, provemos que eles estão errados. Os  israelenses  têm muito a contribuir em mecanismos de ajuda humanitária da ONU; usar a ONU para mostrar a experiência israelense na agricultura, na saúde, nas técnicas de ensino para o mundo. Integrar os soldados e policiais israelenses em forças de paz internacionais e utilizar as tecnologias israelenses para ajudar no combate à pirataria internacional.

Deixe as ações israelenses falarem por si só e  rechaçarem os doutores da manipulacao, os promotores de escândalos e mensagens indesejáveis, os apologistas. Israel deveria lutar para se tornar mais ativa na Cruz Vermelha Internacional. A contribuição de Israel aqui pode ser enorme. Poucos países possuem tanta experiência na gestão de desastres, medicina de campo, salvamento e resgate, como Israel.

Ao invés de repreender a ONU e a ICRC (International Crisis & Risk Communication Conference), à procura de justificativas de por que Israel deve detestar estas organizações, Israel faria bem em abraçá-las. Rejeita-los significa isolamento internacional; abraçá-los é o caminho para a aceitação internacional. Se você quer se juntar ao mundo, você tem que participar dele.

 

Isolamento é uma estratégia fracassada. Não é mais uma forma eficaz de defesa. Israel foi eleita para ser da família das nações, tornou-se um membro produtivo desta família, e agora tem que dividir sua experiência com os outros.

Este país tem muito do que se orgulhar. Temos diplomatas e porta-vozes treinados para mostrar a experiência de Israel e quanto mais Israel torna-se parte produtiva da comunidade internacional, mais fácil  sera o seu trabalho.

Eu não sou cego  quanto ao preconceito inerente de órgãos das Nações Unidas tais como o Conselho de Direitos Humanos, ou o ICRC em sua cáustica oposição à Magen David Adom ser reconhecida como um símbolo internacional, enquanto que  o Movimento Crescente Vermelho recebeu seu reconhecimento. Eu sei dos absurdos em algumas das estruturas da ONU e dos países com terríveis históricos contra os direitos humanos que ocupam assentos cativos, e das relações atribuladas de Israel com o ICRC, especificamente sobre a questão dos prisioneiros palestinos.

E dai? Parece mais uma razão para mudar as nossas relações com essas organizações por meio da interação positiva, e não através de constantes reclamacoes contra elas, no sentido de faze-las reconhecer o quão absurdos são seus insultos e acusações, quão diferente a verdadeira Israel é daqueles que insistem em  difama-la.

A ajuda de Israel em desastres internacionais tem sido esporádica. Quando há um problema,  se somos convidados, nos fazemos presentes e, geralmente, conseguimos fazer um excelente trabalho ao ponto de antigos adversários, como Sri Lanka, tornaram-se nossos amigos. O trabalho  que as equipes israelenses fizeram no Haiti foi exemplar e recebeu elogios de todo o mundo.

Estes esforços apesar de desorganizados e espontâneos,  tem recebido uma tremendo reconhecimento. Se estes esforços se consolidarem e se transformarem em funções permanentes em curso nas estruturas da comunidade internacional, Israel não precisa de "hasbara", justificativas – a sua reputacao falara por si mesma.

Deve-se reconhecer o inimigo, mas também a oportunidade. O mundo precisa da ajuda de Israel para resolver a fome e a doença, ensinar e ajudar os menos afortunados, para policiar e manter a ordem, para ser um exemplo para os outros, e não um íman para o abuso e discriminação.

O juiz Richard Goldstone, o autor do relatório sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza durante a Operação Chumbo Fundido em 2008-9, inicialmente tão devastador para Israel, mais tarde disse que se Israel tivesse cooperado com ele e sua comissão no momento do inquérito, o seu relatório teria sido totalmente diferente.

Em vez de continuar a demonizar Goldstone, seria bom ouvir o que ele posteriormente disse e tirar as conclusões necessárias. Israel não tem nada a esconder e pouco para se desculpar. A grande pena é que estávamos muito fixados nos preconceitos dos outros em vez de reconhecer nossas próprias forças, e apontando o dedo para os outros ao invés de agir como uma nação soberana, com muito a contribuir para um mundo que em muitas partes são menos afortunados do que nós.

Artigo postado no Jerusalem Post em 6 de Julho de 2012, por Hirsh Goodman. O escritor é pesquisador senior do Instituto de Estudos de Segurança Nacional na Universidade de Tel Aviv.
Versão livre: Maggie Farhi



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